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PARCERIA: NÃO ERA AMOR, ERA CILADA?

Parceria:

  1. Sociedade comercial em que os sócios, parceiros ou compartes, apenas são responsáveis pelo quinhão ou parte com que entrarem e só lucram na proporção do que deram.
  2. Relação de colaboração entre duas ou mais pessoas com vista à realização de um objetivo comum.

Assim como no dicionário, pra mim o significado de parceria é a união de duas pessoas/empresas para a realização de um objetivo comum que beneficie igualmente ambas as partes. Até aí tudo bem. Nenhuma novidade eu presumo. Porém, tem muito empreendedor que foge de parcerias como o diabo foge da cruz. E olha, o pior é que é uma situação bem compreensível. Mas porquê?

O principal motivo das parcerias serem mal vistas por muitos está no fato de que, em grande parte das vezes, a pessoa que está propondo a parceria esquece que ela é uma via de mão dupla e busca apenas o benefício próprio em cima do trabalho do outro. É muito comum, principalmente quando se está começando em um novo negócio, receber propostas desse tipo. Eu mesma já caí em várias parcerias/ciladas ao longo desses anos empreendendo. Principalmente quando tinha o coworking. Toda semana aparecia alguma empresa, startup ou profissional autônomo buscando uma “parceria” que consistia basicamente em: eu ceder uma ou mais estações de trabalho no coworking (e com isso vem tudo o que o coworking oferece né – internet, café, água, espaço, sala de reunião, etc) e em contrapartida eu teria a presença da tal empresa aqui no meu espaço. Em resumo era uma parceria em que eu arcava com todos os custos envolvidos e não recebia nada em troca. Bacana né . Fica aqui então o grande ensinamento desse post: é impossível você realizar uma parceria com alguém que não compreende o seu modelo de negócio ou que não se preocupa com o resultado que a parceria trará para você.

Mas a maior cilada em que eu caí foi há mais ou menos 2 anos. Iniciei um projeto, propus a parceria a uma marca que traria notoriedade e credibilidade no assunto, trabalhei cerca de 5x mais do que essa empresa e, depois de duas edições, quando viram que realmente era um negócio promissor e que tinham aprovação do público adaptaram o projeto, encontraram investidores e me tiraram da jogada com uma mensagem no whatsapp. Apesar de toda a raiva que passei no momento, hoje vejo tudo como um grande aprendizado e sei que isso me ajudou a ter uma visão muito mais clara com relação a negócios e parcerias.

Da mesma maneira, como fotógrafa já recebi inúmeras propostas de parcerias que no fundo eram apenas um pedido para que eu fosse trabalhar de graça e não tivesse nenhum retorno em troca. Não aceite propostas desse tipo. Saiba dizer não e respeitar o seu negócio e o seu trabalho. Inclua na proposta as contrapartidas que podem trazer benefícios para você. Por mais que esteja no começo, só aceite uma parceria em que realmente haja uma troca e um retorno para ambas as partes. Você precisa ser o primeiro a valorizar o seu trabalho.

Quando você encontrar alguém que respeite o seu trabalho, pode ter certeza, a parceria será um sucesso e trará bons resultados para os dois lados. Foi assim que comecei o meu trabalho com a Guid. Propus uma parceria para fotografá-la, ampliando assim a divulgação do meu trabalho e meu portfólio e oferecendo a ela fotos de qualidade. Deu tão certo que a parceria foi além das fotos e hoje, cerca de 1 ano depois, eu estou aqui escrevendo esse post e contribuindo em vários outros projetos do Não Repete.

MAS KELLY, COMO FAÇO PARA NÃO CAIR EM UMA CILADA?

No fim, é tudo sobre troca, respeito e valorização. Da mesma maneira que você espera se beneficiar com uma parceria, pense se o seu trabalho está trazendo igual benefício aos outros envolvidos. Não queira tirar vantagens em cima de parcerias, lembre-se sempre do real significado da palavra: relação de colaboração entre duas ou mais pessoas com vista à realização de um objetivo comum.